Sob o ponto de vista português, é imprescindível perceber que a participação de Portugal na NATO se tratou de mais um passo, possivelmente o mais importante, para a integração gradual do País na chamada esfera de influência norte-americana. De facto, com o aparecimento da guerra-fria e com a bipolarização do sistema internacional restavam poucas ou nenhumas alternativas às autoridades portuguesas. A aproximação aos Estados Unidos, na verdade, iniciara-se ainda durante a Segunda Grande Guerra Mundial, sobretudo através da assinatura do acordo que concedia aos americanos a base aérea de Santa Maria, em Novembro de 1944.

O relacionamento bilateral com a nova potência hegemónica no Atlântico fora depois fortalecido pela assinatura de vários acordos referentes à base das Lajes, para qual os norte-americanos se deslocaram em 1948. O último destes acordos fora assinado em Fevereiro de 1948 e garantia à aviação norte-americana comodidades nas Lajes por um período de três anos. Por outro lado, apesar de algumas indecisões iniciais, Portugal aderiu na altura ao Plano Marshall, para o qual foi convidado oficialmente em Julho de 1947. Embora de inicio não aceitasse qualquer auxílio económico ao abrigo deste plano em Abril de 1948 o Governo português assinou a convenção que criou a Organização Europeia de Cooperação Económica.

Fora outro passo marcante no sentido da aceitação internacional do regime salazarista e da inclusão de Portugal na esfera de influência norte-americana. Agora a oportunidade de participação no novo sistema internacional de defesa da área do Atlântico Norte caracterizava o altear deste processo de aproximação gradual de Portugal ao “Continente”. Um processo que se encetara ainda durante a Segunda Guerra Mundial e que terminara agora com a adesão de Portugal à NATO, revelando-se tanto mais importante quanto Portugal tinha visto vetada a sua entrada, em 1946, na nova Organização das Nações Unidas.

Mais recentemente, Franco Nogueira1, centrou-se sobre a personalidade de António Oliveira Salazar, e sem advogar, claramente, uma razão para a entrada de Portugal na Aliança, avança uma tese que se poderia sintetizar em duas ideias essenciais: em primeiro lugar a utilidade do papel de Portugal enquanto membro fundador, em segundo lugar a atribuição da paternidade da ideia da Aliança ao próprio Salazar.

Para a política externa portuguesa a entrada de Portugal na NATO constituiu não só a aparecimento de um novo aliado preferencial os Estados Unidos da América, como modificou, qualitativamente, as relações bilaterais entre os dois países, em particular no campo da defesa.

2 comentários:

Cara Rita Rigueira.
Sendo você estudante de Relações Internacionais e tendo um nome que me é familiar, ouso perguntar-lhe se já tem um conceito formado sobre a interferência do Brasil nos assuntos Hondurenhos?
Um abraço. Adilson Rigueira (adilsonrigueira@uol.com.br)

Escrevo um blog sobre assuntos gerais.
adilsonrigueira.blog.uol.com.br
Abraço.

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